Reflorestamento Sustentável
Regeneração natural das florestas e sucessão secundária das espécies arbustivo-arbóreas
Com o processo natural de regeneração e a sucessão secundária das espécies arbustivo-arbóreas, as florestas apresentam capacidade de se recuperarem de distúrbios naturais (abertura de clareiras) ou antrópicos (incêndio e desmatamento)
Quando uma determinada floresta sofre um distúrbio, como um desmatamento ou um incêndio, a sucessão secundária se encarrega de promover a colonização da área aberta e conduzir a vegetação por meio de uma série de estádios sucessionais, caracterizados por grupos de plantas que vão se substituindo, ao longo do tempo, modificando as condições ecológicas locais, até chegar a uma comunidade bem estruturada e ecologicamente mais estável.
A regeneração de florestas pode ocorrer tanto em locais com perturbações naturais como em áreas submetidas a perturbações antrópicas
Na Antar, muitos estudos já foram realizados sobre regeneração de florestas em locais com perturbações naturais, como abertura de clareiras e em áreas submetidas a perturbações antrópicas como incêndios florestais e desmatamentos para mineração, pastagens e outros.
Os estudos em torno da regeneração natural das florestas possibilitaram novos métodos de restauração de áreas degradadas
Tais estudos possibilitaram conhecer a composição florística e a estrutura das comunidades de plantas que se estabeleceram espontaneamente em áreas submetidas a diferentes tipos de perturbação e de degradação e a dinâmica da sucessão secundária nessas áreas, informações imprescindíveis na definição de estratégias de restauração florestal de áreas degradadas.
A sucessão secundária depende da presença de vegetação remanescente, ou ainda da rebrota de espécies arbustivo-arbóreas
Entretanto, a sucessão secundária depende de uma série de fatores, como a presença de vegetação remanescente, o banco de sementes do solo, a rebrota de espécies arbustivo-arbóreas, a proximidade de fontes de sementes e a intensidade e a duração do distúrbio. Assim, cada área degradada apresentará uma dinâmica sucessional específica.
Quando uma área degradada se regenera naturalmente, deve-se isolar o local e não praticar qualquer atividade de cultivo
Em áreas onde a degradação não foi muito intensa, e o banco de sementes do solo não foi perdido e/ou, quando existem fontes de sementes próximas, a regeneração natural pode ser suficiente para a restauração florestal. Nesses casos, torna-se imprescindível eliminar o fator de degradação, ou seja, isolar a área e não praticar qualquer atividade de cultivo.
Em uma matriz vegetacional caracterizada por culturas agrícolas ou por pastagens, a regeneração florestal tende a ser extremamente lenta ou mesmo não ocorrer
Um aspecto importante a ser considerado, ao se planejar a recuperação de uma determinada área degradada, diz respeito à matriz vegetacional onde essa área está inserida.
Em uma matriz vegetacional caracterizada por culturas agrícolas, como extensas plantações de soja ou algodão, comuns em alguns estados do Centro-Oeste, ou por pastagens, dependendo do tipo de degradação e histórico de uso a que a área foi submetida, o processo de regeneração florestal tende a ser extremamente lento ou mesmo não ocorrer.
A existência de fragmentos florestais remanescentes é fator determinante para o processo de regeneração natural em áreas degradadas
Por outro lado, a regeneração pode ser rápida e resultar em uma floresta secundária com razoável diversidade de espécies, quando a matriz vegetacional for predominantemente composta por remanescentes florestais. Em outras palavras, a existência de fragmentos florestais remanescentes é fator determinante para o processo de regeneração natural em áreas degradadas.
Onde há uma elevada infestação de espécies herbáceas invasoras, uma intervenção deve ser feita, para controlar as populações dessas plantas
No caso onde há uma elevada infestação de espécies herbáceas invasoras, como gramíneas exóticas e trepadeiras agressivas, a regeneração natural das espécies arbustivo-arbóreas pode ser inibida, mesmo que estejam presentes no banco de sementes do solo ou que cheguem à área, via dispersão de sementes.
Nessas situações, uma intervenção deve ser feita, para controlar as populações dessas plantas e estimular a regeneração natural das arbustivo-arbóreas.
Se o objetivo é formar uma floresta com razoável diversidade, em um tempo relativamente curto, determinadas técnicas que acelerem a sucessão devem ser adotadas
A regeneração natural tende a ser a forma de recuperação de mais baixo custo. Entretanto, é normalmente um processo lento. Se o objetivo é formar uma floresta com razoável diversidade, em um tempo relativamente curto, visando à proteção do solo e do curso d’água, determinadas técnicas que acelerem a sucessão devem ser adotadas.
Entre as técnicas para estimular a regeneração florestal em áreas degradadas, pode-se destacar a incorporação de sementes de espécies arbóreas ao banco de sementes do solo
Entre as técnicas para estimular a regeneração florestal em áreas degradadas, pode-se destacar a incorporação de sementes de espécies arbóreas ao banco de sementes do solo, por meio da semeadura direta (enriquecimento e adensamento do banco de sementes).
O simples revolvimento do solo, com a abertura de sulcos de pequena profundidade, é suficiente para estimular a germinação de sementes do banco
Em algumas áreas, o simples revolvimento do solo, com a abertura de sulcos de pequena profundidade, cerca de 3 a 5 cm, é suficiente para estimular a germinação de sementes do banco e desencadear o processo de regeneração natural.
A abertura de clareiras, deixando o solo exposto, seguida da semeadura de espécies arbóreas pioneiras de rápido crescimento, pode induzir a regeneração florestal
Nas áreas com grande infestação de gramíneas como a braquiária ou o capim-gordura, a abertura de clareiras com a remoção de toda a biomassa epígea do capim, deixando o solo exposto, seguida da semeadura de espécies arbóreas pioneiras de rápido crescimento, pode induzir o processo de regeneração florestal.